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Mostrando postagens de setembro, 2015

Clássicos da Literatura: Felicidade Clandestina

Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilha...

Lançamento de Livros: Azules, por Cristiane Grando e O Monstro e Seus Vazios, por Wellington Souza

Cristiane Grando e Wellington Souza lançarão em outubro seus livros na 34º Semana Literária Sesc & Feira do Livro em Foz do Iguaçu Azules Publicado em São Paulo pela Editora Benfazeja, trata-se de um livro de poemas em português e espanhol, sendo a décima quarta publicação de Cristiane Grando. A obra é dividida em quatro partes (Châtres: poética da paisagem, As Musas, Genesis e Azules) e versa sobre locais, fotos, sensações, cotidiano, memórias. Châtres é uma pequena cidade francesa que, na alma da autora, é lavada pela chuva de Cerquilho, sua cidade natal localizada no interior de São Paulo. Em As Musas há reflexões doces sobre a sensibilidade e criação artística. A imagética Genesis expõe alguns poemas inspirados em fotos de Sebastião Salgado e de outros fotógrafos, e transita do Pantanal a Galápagos. Fechando o livro, Azules é um prisma que reinventa o significado das cores incidentes na poesia. O Monstro e Seus Vazios Estreia do autor, o livro bus...

A Maloca de Livros: Uma minibiblioteca livre

Jurema Rangel é professora universitária, Mestre em Educação. Reside parte do mês na cidade do Rio de Janeiro e parte em Friburgo.   O projeto Maloca de Livros é uma iniciativa individual, que não possui nenhuma parceria com órgão público ou particular. Foi iniciado em 30 de janeiro de 2015, na cidade serrana de Nova Friburgo/ RJ.   A paixão pelos livros desenvolvida desde a infância impulsionou-a a realizar o projeto Maloca de Livros, uma mini biblioteca livre, inspirado em iniciativas existentes no estrangeiro e no Brasil. A ideia é desburocratizar o acesso ao livro, democratizar a leitura, difundir o conhecimento por meio de uma corrente de leitores solidários. Ela acredita que livros não devem ficar nas estantes e sim circularem. O propósito de Jurema Rangel é incentivar a leitura, ajudar aqueles que não dispõem de facilidades para adquirir livros, colaborar para a formação de leitores mais reflexivos e críticos. Os leitores podem pegar o livro, ler, emprestar e/ou devol...